segunda-feira, 23 de abril de 2012

ANDAR...



Meus passos desvairados perdem-se em fim.
Sigo o que quero até achar quem procuro.
E nesse encanto de andanças procuro preencher-me de emoções.
Olhar ao léo e ver o céu...

Por mais que ande e encontre-me comigo, sinto em tudo
um pouco de todos, rapidamente me esbaldo no desejo de parar!

Por mais que eu tente  afastar-me de tudo, sempre ando lado a lado comigo.
Sempre vivo com suas recordações e minhas tristezas...abraço-me!
Há tantas coisas e momentos que o tempo não pode parar.
Meu norte é minha morte, já que de certeza temos isso!
Minha sorte é o lugar que ainda não achei, e ando e ando...
As pegadas do meu destino, são profundas a cada ano.

Ah, que se derá os tempos de primaveras...
Ah, que já foi outonos duradouros
Ah, meu verão foi na prisão.
E esse inverno que insisti em acompanhar-me!

Minh'alma gélida não deixa se aproximar.
Meu corpo estranho de cicatrizes de amedrontar.
Meu caminho é lento, minha idade é rápida.
Minha hora vai chegar...e continuarei a andar!




domingo, 22 de abril de 2012

tempo

Quanto tempo,
Ainda tenho?
Quanto tempo,
Já não tenho?

Quantos dias eu perdi?
Só pra ter você aqui..
Quantas noites não dormir?
Esperando você vir

E as horas que passei
Pensando em você?
Não sei,
E agora todo o amor, cadê?

O tempo passou,
Você não voltou
Fracassamos no amor
E o que sobrou, se não a dor?

domingo, 15 de abril de 2012

acorde-me...

Seu cheiro...seu íntimo! acorde-me.
Acorde-me desse ébrio momento.
Desse momento lúdico, luxúrico!
Senti tanto calor que minha alma derreteu.
Embriaguei-me com seu suor, feito vinho...um culto a baco!
Meu deus, agora sei, meu deus!
Vinho aflora a libido, alucinações verdadeiras, salientes!
Percebo o efeito nos que bebem ao meu redor...
Seus olhos avermelhados nos deixam insanos.
Seu cheiro...seu íntimo desejo de possuir.
Acorde-me dessa sensatez gostosa....louca!
Esse entrelaçar carnal regada a volúpia, satisfaz a carne!
Satisfaz a mim...a você.
Seu cheiro vinho...seu cheiro!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

O conde escritor!!!

Flor de lis...

Poderia sentir tanta dor.
Sentir tanta flor.
E me arriscar a alegrar...

Ao pegar nos espinhos.
Com tanto cheiro bom.
Em andar pelos jardins...

Que meu pranto seria amor.
E as pétalas com seus dons.
Logo iriam me abraçar...

Não mais seria saudade.
As rosas da eternidade.
Mudariam meus fins...

terça-feira, 3 de abril de 2012

Meu credo etéreo


Creio na bondade
Na inércia dos corpos dos amantes
Na pureza que ainda resta em alguns olhares
Na compaixão que ronda atos marcantes.

Creio no beijo suave
No que estala, no que molha
Na sinceridade das línguas que se enroscam
Nas mãos que se marcam em alianças
Ou ainda naquelas que as alianças não estão necessariamente nos dedos,
Mas na entrega.

Creio em pores-do-sol amarelo-alaranjados dourando o céu
Em passarinhos que conversam com lagartixas
Em joaninhas que deslizam pelas folhas
Em orvalhos que aliviam dores
Em carinho que dissolve o fel.

Creio em parques de diversões feitos de nuvens
Em florestas feitas de doces
Em cristais que exalam perfumes
Na humanidade de diversas cores.

Autoria: Valéria Sabrina

domingo, 1 de abril de 2012

Faço deste, as minhas palavras.

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo
qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho
questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus
de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há
de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e
peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma
exposta.
Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior
alegria

Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade
seriedade.
Não quero risos previsíveis nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade
sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a
fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no
rosto e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios,
crianças e velhos, nunca me esquecerei de que
"normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."

Oscar Wilde