sábado, 16 de junho de 2012

 FRUSTADO

Minha dor é não sentir minhas pernas para andar...
Minha dor é sentir meu ouvindo a ouvir...
Minha flor é não ser cinza, é só cor...
Saber pegar o que não ter...sentir fluir dentro de mim...
Chorar um rio de lágrimas secas...
Nadar contra a corrente de ferro...
Subir num buraco tão alto que cai de baixo pra cima...
Mulher de pentelhos verdes, tua grama tão alta, enche minha barriga
e sacia minha fome...
Fastiado de fartos  peitos, línguas enormes e olhos pequenos...
Pra que pernas se não posso andar!
Pra que ouvir se não posso ir?